Inércia Intelectual



A globalização associada à tecnologia de informação gerou o que chamamos de “Inércia Intelectual”, onde o novo esta num espaço cada vez mais estreito. A velocidade que as teorias e idéias percorrem o universo acadêmico e cientifico, pode ser comparada metaforicamente à velocidade sináptica dos neurônios. Numa perspectiva social, ainda podemos ouvir um ou outro dizer que é diferente, como freqüentemente em grupos de adolescentes, que apresentam comportamentos e atitudes similares. Mas onde esta o “diferente”? Pois o que fazemos é apenas um processo de “copia”, estamos o tempo todo copiando idéias, atitudes, modas e até mesmo normas culturas, estamos presos numa Inércia Intelectual, estamos reconstruindo o mito da caverna do filósofo Platão, mas ao invés de sairmos da caverna estamos voltando pra ela, e levando como mantimentos de sobrevivência todas as facilidade tecnológicas como: celulares, computadores, livros digitais e etc... A passagem da caverna esta cada vez mais estreita e a luz do conhecimento cada vez mais fraca. Somos dotados da maior tecnologia orgânica de toda espécie “o cérebro”, entretanto, parece que esquecemos sua potencialidade. Ainda há aqueles que não se permitem ser seduzidos por essa inércia intelectual; esses são chamados de sábios, inovadores e criativos, pois utilizam o conhecimento adquirido e transforma-o em um novo, gerando o que podemos chamar de metamorfose das idéias. O pensamento construtivista de teóricos como Lev Vygotsky, Jean Piaget, Wallon entre outros. Vem para tentar dissipar a prática mecanicista no processo de aprendizagem, em que o educador muitas vezes esquece que o seu papel não é apenas transmitir o conhecimento, e sim, fazer com que o aluno construa um novo conhecimento, tentar fazer com que o aluno pense, transite entre plano real e abstrato. Como já dizia o autor José Saramago na sua obra “O conto da ilha desconhecida”: É necessário sair da ilha, pra ver a ilha. É necessária a teoria, mas também a prática. 
Recarregue seus neurônios com novas idéias, crie ou renove o conhecimento, mas saia da ilha, saia da caverna e seja um desbravador das potencialidades cognitivas da mente humana.


Kárcio Oliveira é acadêmico do curso de Psicologia,Administrador do blog PALCO DA MENTE, apaixonado por música e mistérios da mente humana, viciado em livros e filmes e escritor nas horas vagas.



8 comentários:

  1. Parabéns, ótimo artigo. Cabe a nós refletir.

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  2. Texto muito bom! E quem sou eu pra opnar né mestre?! Mas não consegui evitar de ver os sequintes erros na digitação: Nas partes "metaforicamente a velocidade" faltou crase e em "transite entro plano real e abstrato." problema na digitação do entro/ "entre o..."

    PAULO MARTINS
    1º ANO PSICOLOGIA ESUDA
    The your new friend.

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  3. kkkk Obrigado Grande Paulo Martins!!! Já consertei os erros de digitação ;)

    Help!

    Continue comentando e divulgando...

    Obrigado, Abraço!!!

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  4. Olá Kárcio!
    Não sou perita no assunto, não tenho base nem conhecimento técnico a respeito desse assunto, apesar disso adorei o tema e vou me arriscar a comentar...rs
    Começo pelo título: Inércia. Essa palavra nos diz tanta coisa no que toca a época tecnológica e social em que nos encontramos. A inércia não é só de pensamento, acontece que todos esperam que os outros façam a ação, mas ninguém toma a iniciativa, ninguém faz por si só, ninguém se dá ao trabalho de agir. Mas, voltando à inércia intelectual. Concordo plenamente com tudo o que disse. Eu, na condição de estudante, já presenciei vários exemplos disso, são colegas que não se dão o trabalho de fazer tarefas a fim de esperar algum outro colega para depois apenas copiar, nas provas a cola rola solta, e por ai vai, porém, o que considero o "pior de tudo" é que os educadores veem tudo o que se passa e não fazem nada para mudar, deixa acontecer como se fosse algo natural, do tipo: "-Deixa, depois ele aprende isso com a vida!", no entanto, a minha ideia não é essa, por que deixar para que ele aprenda com a vida posteriormente o que pode aprender agora sem se "estrepar"?
    Em relação aos aparatos tecnológicos acho que eles já "dominaram o mundo", existem pessoas que ligam frequentemente para uma pessoa e nem sabem o número da mesma, só se lembram dos aniversários ou de compromissos "sérios" com a ajuda dos lembretes e por aí vai. Ninguém precisa ficar horas e horas numa biblioteca pesquisando algum assunto, basta ir no "Sr. Google" digitar o tema central e pronto, pesquisa feita, imprimida e entregue ao seu destino, simples, fácil e rápido, nem mesmo le-se o que "pesquisou". Muitos veem o raciocínio, o pensar, como algo que exige demasiadamente de nós e que não é necessário, sinceramente, sinto pena dessas pessoas, rsrs
    O problema é que ninguém se atenta ao fato de o cérebro estar sendo cada vez menos requisitado e com isso ele vai, digamos que, "atrofiando". Acredito que devemos sempre estar raciocinando, estimulando o cérebro, afinal, ele também depende disso, e saúde mental é imprescindível para garantir um bem estar no presente e no futuro.
    Ah! Um último comentário: o conto da Ilha Desconhecida do José Saramago me encanta, eu adoro, ele nos mostra a realidade de um jeito que é, ao mesmo tempo, leve e chocante.
    Enfim...melhor parar por aqui, porque já dei muita "asa" a minha prolixidade e aos meus pensamentos, vou tentar me conter mais na próxima vez, rs
    Abraço,
    Letícia Cunha.

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  5. Obrigado Letícia pelas palavras comentadas, me sinto satisfeito e confortável quando vejo pessoas como você com uma perspectiva revolucionária, crítica e reflexiva, que não se deixa levar pelos vícios sociais que reduz o ser humano a máquinas alienadas, mortas intelectualmente, incapazes de sublevar de sua insignificância mecanicista. Inertes diante do mundo, diante das descobertas. Concordo quando você fala de “Atrofia cerebral”, é isso que está acontecendo! Isso é um alerta, PRECISAMOS FAZER UMA CAMPANHA PARA ALERTAR A POPULAÇÃO SOBRE ESSA DOENÇA DA INÉRCIA INTELECTUAL!!!

    VAMOS PRATICAR NEURÓBICA!!!!

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  6. Muito crítico, parabéns!
    estou seguindo :}
    sentia falta de páginas como essa na net, muito raro encontrar.
    continue assim, irá longe.

    M. Paschoalin

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  7. Kárcio, excelente reflexão. E o pior é que fica cada vez mais difícil deixar de lado essa inércia intelectual. Outro dia Caetano Veloso disse que "todas as músicas já foram feitas. Tem música demais no mundo", provavelmente se desculpando por sua inércia pessoal.

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  8. Acredito que alguns indivíduos, por razões predefinidas e até inconscientes, se aprisionam em um estado letárgico impossibilitando-os de evoluir suas próprias análises cognitivas, para a construção de um senso crítico com um substrato sólido. Partindo da premissa equacionaria, "vontade + ação = resultado", não seríamos nos mesmos responsáveis por manter-nos em um movimento ascendente evolutivo/criativo? É essa busca, que creio ser necessária, para que possamos extirpar nossa própria "inercia intelectual".

    Evolução do pensamento

    Pierre Caillava

    26 de Julho de 2011

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