Antigamente, considerava-se que o lar da consciência era o coração.
Com a evolução da ciência, os estudiosos e neurocientistas acreditam que
é no cérebro que está a “voz de nossa razão”. No entanto, mesmo
atualmente, há uma parcela de céticos que contestam essa informação.
O fato é que a neurociência prega que há relações precisas entre a
atividade cerebral e funções mentais, estados ou experiências. O
pesquisador Harold Pasher da Universidade da Califórnia acredita que as
relações apresentadas pela neurociência são mais precisas do que
deveriam, devido aos métodos atuais de medição, que não são ideais. Além
disso, ele afirma que dificilmente, em pesquisas da neurociência, o
método exato para a obtenção dessas relações é informado.
» A arte de ensinar e a arte de aprender
Apesar de alguns verem as queixas de Pasher como irrelevantes – já
que, com o avanço da ciência, novos métodos mais exatos poderão ser
desenvolvidos e comprovar que a consciência realmente está no cérebro – a
discussão é um pouco mais profunda. Se a neurociência diz que é
possível relacionar consciência com atividade cerebral, a mesma
neurociência, uma ciência física, pode dizer o que a consciência humana
realmente é.
Os céticos acreditam que essas relações não podem provar a
consciência. Digamos, a sensação de frio e uma atividade no hemisfério
esquerdo do cérebro (apenas um exemplo não científico) não são a mesma
coisa e nem aspectos da mesma coisa. A própria definição de aspectos
depende de uma consciência independente de atividades cerebrais.
É lógico que a sensação de frio depende de estímulos que acontecem no
cérebro, mas esses estímulos não são a mesma coisa que a sensação de
frio.
Além disso, há um problema sobre a memória. Nos acostumamos a pensar
em nossas memórias como arquivos armazenados em algum lugar do nosso
cérebro. Mas quando lembramos de alguma coisa, estamos pensando em algo
que é explicitamente do passado. As sinapses, as ligações que nossos
neurônios fazem e que, de acordo com a neurociência, formariam nossos
pensamentos, são estruturas físicas e só possuem seu estado presente. De
acordo com os céticos, elas não podem ter um senso de passado, como nós
temos, ou seja, o passado não existe em uma forma física em nosso
cérebro, apenas em nossa consciência, que não seria física.
» Experiências à beira da morte: O que realmente acontece?
A falha da ciência em explicar a consciência vem da natureza
contraditória da tarefa. É impossível explicar aparências usando uma
abordagem objetiva. Enquanto o cérebro for visto apenas como um órgão
com massa determinada e estímulos e a consciência for buscada na forma
de sinapses e ligações, os céticos acreditam que buscar a consciência no
cérebro é uma missão impossível. [New Scientist]
Kárcio Oliveira
é acadêmico do curso de Psicologia,Administrador do blog PALCO DA MENTE, apaixonado por música e mistérios da mente humana, viciado em livros e filmes e escritor nas horas vagas.
@KarcioOliveira
facebook.com/karcioOliveira
@@@

Nenhum comentário:
Postar um comentário
Olá visitante,
Obrigado pelo comentário, curta nossa página e divulgue o conhecimento.