Pesquisadores da Universidade de Washington (EUA) conseguiram remover
a cópia extra do cromossomo 21 em culturas de laboratório de células
derivadas de uma pessoa com síndrome de Down.
A síndrome de Down (SD) é uma alteração genética produzida pela
presença de um cromossomo a mais no que deveria ser o par de cromossomos
número 21. Por isso, também é conhecida como trissomia 21.
O termo “trissomia” pode ser usado para explicar a triplicação de qualquer cromossomo, o que é uma grave anomalia genética.
Trissomias são responsáveis por quase um quarto dos abortos
espontâneos. Além de síndrome de Down (trissomia 21), algumas outras
trissomias humanas são síndrome de Edwards (trissomia 18), síndrome de
Patau (trissomia 13), ambas com taxas extremamente altas de mortalidade
de recém-nascidos, e trissomias causadas por cromossomos Y ou X extras.
A remoção de uma trissomia humana de uma linha de células não curaria
uma condição como a síndrome de Down, por exemplo. Mas há uma boa
possibilidade de que os cientistas possam criar terapias celulares para
algumas das doenças que acompanham a trissomia 21.
Uma condição de muitas condições
Em nascidos vivos, a síndrome de Down é a trissomia mais frequente. A
condição leva a características físicas peculiares, como olhos, face e
mãos característicos. Também pode causar vários problemas de saúde,
incluindo defeitos cardíacos, declínio intelectual, envelhecimento
prematuro e demência, além de certas formas de leucemia, um tipo de
câncer de sangue.
A nova técnica desenvolvida na pesquisa poderia ajudar a criar uma terapia celular para pacientes com Down, por exemplo.
Os médicos poderiam coletar e derivar células-tronco das células do
próprio paciente, corrigir a trissomia em laboratório, e realizar um
transplante dessas novas células sem o cromossomo extra para que o
paciente fabrique células sanguíneas saudáveis a partir de suas próprias
células-tronco que, em seguida, não promoverão leucemia.
Estudando a doença
Os pesquisadores explicam que a capacidade de gerar células-tronco
com e sem a trissomia 21 da mesma pessoa pode levar a uma melhor
compreensão de como os problemas ligados à síndrome de Down se originam.
As linhas de células seriam geneticamente idênticas, exceto pelo
cromossomo extra. Sendo assim, seria possível comparar como as duas
linhas de células formam células nervosas do cérebro, para saber os
efeitos que a trissomia 21 têm em um neurônio em desenvolvimento, o que
por sua vez pode ajudar os cientistas a compreender os problemas
cognitivos enfrentados pelos pacientes com Down ao longo da vida adulta,
como o declínio mental.
Semelhantes abordagens comparativas poderiam tentar compreender as
bases do envelhecimento prematuro ou dos defeitos cardíacos adjacentes à
condição genética.
Por fim, a formação de trissomias é também um problema na aérea de
pesquisa de células em laboratório. Por exemplo, na aérea de pesquisa em
medicina regenerativa com células estaminais, trissomias indesejáveis
frequentemente surgem na criação de culturas de células; a nova técnica
poderia ser usada para retirá-las.
Como funciona
O Dr. Li B. Li, do Departamento de Medicina da Universidade de
Washington, foi o principal autor da pesquisa, ao lado do pesquisador de
terapia genética Dr. David W. Russell, professor de medicina e
bioquímica, e da Dra. Thalia Papayannopoulou, professora de medicina.
Descobrir as técnicas exatas para a remoção do cromossomo extra foi
complicado. Os pesquisadores utilizaram um vírus para carregar um gene
estranho chamado TKNEO a um ponto particular no cromossomo 21,
precisamente dentro de um gene chamado APP.
O transgene TKNEO foi escolhido devido à sua resposta prevista para a seleção positiva e negativa em meios de crescimento
específicos de laboratório. Quando cultivadas em meios que eram
“negativos” (ruins) ao TKNEO, a razão mais comum para que as células
sobrevivessem era a perda espontânea do cromossomo 21, que estava
abrigando o gene.
Outras táticas de sobrevivência foram mutações pontuais, que são
pequenas alterações individuais em pares de bases de DNA; silenciamento
do gene, o que significou que o TKNEO foi “desligado” pela célula; ou
exclusão do TKNEO.
De acordo com Russell, uma das principais vantagens desta técnica é
se livrar totalmente do cromossomo extra: uma vez que ele se foi, nada
foi deixado para trás. “Pesquisadores de terapia genética tem que ter
cuidado para que suas abordagens não causem toxicidade genética”, disse
ele. Isto significa, por exemplo, que a remoção de um cromossomo não
deve quebrar ou reorganizar o código genético restante, o que, de fato,
esse método não fez.[MedicalXpress, FundacaoSindromedeDown]
Natasha Romanzoti
tem 23 anos, é jornalista, apaixonada por futebol (e corinthiana!) e livros de suspense, viciada em séries e doces e escritora nas horas vagas.
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