Terapia elétrica ajuda no tratamento da depressão




Um tipo de estimulação cerebral produzido por uma leve corrente elétrica que parece ter efeitos colaterais negativos mínimos está se mostrando promissor como um possível tratamento para a depressão grave, indicam vários estudos.

A terapia experimental, conhecida como estimulação transcraniana por corrente contínua (ETCC), utiliza cerca de 0,25 por cento da carga empregada no tratamento de eletrochoque. Ao contrário do eletrochoque (também chamado de terapia eletroconvulsiva ou ECT), que é administrado por alguns segundos em pacientes sob anestesia, a terapia transcraniana se dá de forma contínua por 20 a 30 minutos, com os pacientes conscientes.

Embora os médicos não achem que a técnica deva chegar a substituir o eletrochoque, considerado o método mais eficaz contra casos de depressão grave que foram resistentes ao tratamento e que requerem atenção urgente, a estimulação transcraniana não parece causar perda de memória como o eletrochoque. Como ela é barata e de fácil administração, os cientistas dizem que pode vir a se tornar um tratamento alternativo ou adicional para as pessoas que não encontram muito alívio para a depressão nos medicamentos.

"Acho que seria indicado tentar a estimulação transcraniana antes do eletrochoque", disse o Dr. André R. Brunoni, psiquiatra da Universidade de São Paulo, um dos autores de um estudo publicado na semana passada no periódico da Associação Médica Americana de Psiquiatria. Segundo ele, uma alternativa seria usá-la "para evitar o tratamento medicamentoso de pacientes que não podem usar remédios".

Segundo pesquisadores, o estudo de Brunoni é o maior realizado nos últimos anos. É o primeiro que compara a ETCC com outro tratamento – no caso, a sertralina, ou Zoloft. O estudo, envolvendo 120 doentes, constatou que a ETCC parece funcionar tão bem quanto uma dose baixa de Zoloft, e que, combinada ao Zoloft, funciona melhor do que quando o fármaco ou a estimulação craniana são administrados isoladamente.

Zoloft e ETCC se mostraram igualmente seguros. Alguns pacientes entraram em mania; outros apresentaram vermelhidão com a aplicação dos eletrodos.






Kárcio Oliveira é acadêmico do curso de Psicologia, apaixonado por música e mistérios da mente humana, viciado em livros e filmes e escritor nas horas vagas.


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