Principais Colaboradores da Psicologia

Psicóloga e Professora Luísa Cardoso

Principais Colaboradores da Psicologia
A psicologia foi se desenvolvendo ao longo de toda a trajetória histórica da filosofia, mas ainda atrelada, como mais uma área dentro do grande corpo filosófico. Para que a psicologia se firmasse como ciência independente da filosofia, foi necessário a ocorrência de vários acontecimentos históricos mais específicos que foram surgindo a medida que a filosofia e a ciência se desenvolviam.
Descartes, filósofo e matemático francês do século XVII, desenvolveu a doutrina racionalista que influenciou todo o pensamento da época. Desenvolveu-se uma crescente fé na capacidade do intelecto humano. Segundo os racionalistas, a razão constitui o instrumento fundamental para a compreensão do mundo. Acreditavam na primazia da razão, da capacidade de pensar, de racionar, em relação ao sentimento e a vontade. Só a razão é capaz de propiciar o conhecimento adequado do real. O racionalismo influenciou a Psicologia dando origem ao racionalismo psicológico. Onde a mente e o seu funcionamento constituíram-se em grande objeto de estudo.

No racionalismo psicológico a inteligência é vista como a mais importante faculdade do ser humano em detrimento da vontade ou a capacidade de querer, de decidir, que era considerada cega e pouco confiável. A inteligência, por definição, é a capacidade de iluminar e de ver. Os filósofos racionalistas acreditavam que a mente têm capacidade inata para gerar idéias, independente dos estímulos do meio. Eles assim, não davam muita importância a percepção sensorial.

Acreditavam que a percepção é seletiva e global (indivisível) e por isso a análise destruiria suas características próprias. E que fazemos interpretações individuais das informações que nos chegam dos órgãos dos sentidos.

O racionalismo é criticado por muitos estudiosos por sua rigidez e por cometer excessos que fizeram dele um sistema fechado. Diante disso, surgiria na Inglaterra o empirismo, segundo o qual nenhuma certeza é possível, nenhuma verdade é absoluta, já que o pensamento só existe como fruto da experiência sensível.

O empirismo é a doutrina que reconhece a experiência como única fonte válida de conhecimento, em oposição a crença racionalista, que se baseia na razão. Valor seria necessário decompor, analisar essas partes.

O meio ambiente assume grande importância para os empiristas pois, estimula a percepção que é a base do conhecimento. O empirismo deu inicio a uma nova e transcendental tapa na historia da filosofia, tornando possível o desenvolvimento da moderna metodologia científica. A partir da valorização da experiência, o conhecimento científico, que antes se contentava em contemplar a natureza, passa a querer dominá-la, buscando resultados práticos. Isso foi um fator importantíssimo para o desenvolvimento de todas as ciências e especificamente a psicologia, pois podería-se realizar-se investigações biológicas dos fenômenos e processos mentais.

O que caracteriza o pensamento empirista e o define é a afirmação de que a validade das proposições depende exclusivamente da experiência sensível. A doutrina nega qualquer outra espécie de realidade além da que se atinge pelos sentidos.

John Locke é conhecido como o sistematizador do empirismo. Locke negava radicalmente que existissem idéias inatas, tese defendida por Descartes. Quando se nasce, argumentava, a mente é uma página em branco que a experiência vai preenchendo. O conhecimento produz-se em duas etapas: a da sensação, proporcionada pelos sentidos, e a da reflexão, que sistematiza o resultado das sensações.

O empirismo e o racionalismo foram essenciais para o posterior desenvolvimento da psicologia enquanto ciência, pois foi baseado em suas crenças e estudos que posteriormente irão se desenvolver as diferenças teorias psicológicas.

A esta altura dos acontecimentos (século XIX) vivia-se a época do pleno florescimento do experimentalismo e afirmação do pensamento positivista, para o qual só é verdadeiro o que é empiricamente comprovável, tangível e útil. A ciência vinha se desenvolvendo e já se estudava em laboratório os processos orgânicos da percepção, submetidos a estimulação dos órgãos dos sentidos. Surgiam os laboratórios para estudar a “mente”.

Desenvolve-se a fisiologia investigando as funções cerebrais e principalmente a atividade nervosa, a velocidade de condução do impulso nervoso. Desenvolve-se também a Psicofísica, que procurava estabelecer relações quantitativas exatas entre os dados do mundo físico e os fenômenos psíquicos, em determinar a intensidade das sensações por meio da avaliação rigorosa dos estímulos.

O fundador da psicofísica foi o médico alemão Gustav Theodor Fechner, que criou a expressão psicofísica.


Outro autor importante foi Ernst Weber que dedicou-se ao estudo sistemático dos limiares de sensibilidade do corpo em relação aos estímulos.
Fechner aperfeiçoou os estudos de Weber e introduziu a medida em Psicologia, conferindo-lhe a condição de saber científico rigoroso. Formulou a lei clássica da psicofísica: “Enquanto o estimulo cresce em progressão geométrica, a sensação cresce em progressão aritmética”. Ou seja, se uma vela está acesa em uma sala e acendemos outra, a diferença é imediatamente notada; porém se estão acesas dez velas e é acrescentada mais uma, a diferença quase não é percebida.

Fechner era um apaixonado e fascinado pela sensibilidade dos sentidos humanos. E queria obter respostas para certas perguntas: Qual deve ser a intensidade de uma luz para ser vista? De um som para ser ouvido? De um alimento para se ter paladar? De um toque para ser sentido?

Fechner definiu a ciência que surgia no seu livro “Elementos da Psicologia” como “ a teoria exata das relações entre o corpo e a alma, e, de modo geral, das relações entre o mundo físico e o mundo psíquico”.

A sua importância para a Psicologia encontra-se nos métodos experimentais uma inovação surpreendente para a época medir os processos mentais.

Fechner é considerado um dos pioneiros da psicologia moderna. E a psicofísica pode ser entendida como precursora da psicologia experimental.

Pelo que foi visto acima, pode-se entender que a fisiologia e a psicofísica contribuíram enormemente para o surgimento da Psicologia, já que comprovavam em laboratório, utilizando métodos científicos, alguns mecanismos psíquicos, proporcionando uma credibilidade e validade aos processos mentais. A psicologia assimilou assim, os métodos das ciências exatas.


Este artigo foi desenvolvido pela Psicóloga Luísa Cardoso que é Professora da Faculdade de Ciências Humanas-ESUDA, Recife-PE.


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